Sabes que não és suicida, nunca te magoarias nem nunca pensaste em acabar com a tua vida.

Mas estás exausto.

Mesmo quando dormimos oito horas completas (incluindo as sestas), acordamos como se tivéssemos sido atropelados por um camião e mal conseguimos aguentar a manhã.

Não queres morrer, mas mal comes porque não tens fome. Não queres tirar a tua vida, mas queimas-te a cozinhar mais vezes do que devias. Não tens cuidado ao atravessar a rua porque não te importas de ser atropelado.

Quando tomas banho, deixas queimar a pele até ficar crua. Mal falas com os amigos e quando falas, não estás tão animado como gostarias. Todas as conversas parecem vazias e quando vais para casa, sentes-te ainda mais entorpecido.

Não quer suicidar-se, mas não tem qualquer interesse naquilo que outrora lhe dava alegria. Basicamente, tem de se forçar a fazer o seu passatempo favorito ou qualquer outra coisa que costumava adorar. Ouvir música não é excitante, não consegue acompanhar as séries na Netflix e até pensar em ir ao cinema o enche de pavor.

Não quer morrer, mas viver tornou-se uma tarefa árdua. Mal lava o cabelo e não pensa muito na forma como se veste. As bolsas debaixo dos olhos tornam-se cada vez mais profundas e proeminentes.

Não é suicida, mas está farto da vida e isso é igualmente grave.

Se deixou de cuidar de si próprio ao ponto de se deixar ir abaixo, é altura de dar um passo atrás e procurar ajuda. Porque mesmo que não se vá matar, está a magoar-se, o que pode levar à ideia de suicídio se continuar.

Por muito cansativa que a vida seja, não é impossível curar-se e recuperar a sua energia. Fale com um amigo, experimente algo novo, espiritualize-se, volte a apaixonar-se por si próprio, o que quer que seja necessário para melhorar, faça-o.

Mereces viver uma vida de que gostes e que te dê prazer.